No novo filme de terror Imaculado, Sydney Sweeney interpreta uma freira devota chamada Cecilia, que, depois de saber que está grávida, é perseguida tanto pelo clero manipulador dentro de seu convento na Itália quanto pelos servos das trevas. Mas antes de se tornar a jovem presa loira neste filme de “nunsploitation”, Sweeney era quem estava perseguindo.
Sweeney ouviu falar pela primeira vez Imaculado muitos anos atrás, quando ela tinha apenas 16 anos. “Eu fiz o teste, fiquei obcecada e não consegui”, ela conta Covil do Geek enquanto promovia o filme no SXSW 2024. “E então descobri que eles nunca fizeram isso. E todos os anos, eu perguntava à minha equipe: ‘Eles já fizeram esse filme? Imaculado? O que aconteceu com isso? Quem reservou? E quando fiquei mais velho e percebi que queria fazer isso sozinho, fui atrás do roteiro.”
Sweeney está saindo de uma aclamada atuação dramática em Realidadeuma reviravolta em Euforiaum raro sucesso de bilheteria de comédia romântica em Ninguém além de vocêe um viral Sábado à noite ao vivo apresentando show. Por que uma das maiores jovens estrelas de Hollywood passou tanto tempo pensando em um papel que não conseguiu anos atrás? A história na verdade remonta à sua infância.
“Cresci assistindo filmes de terror com meu pai e sempre adorei esse gênero”, explica ela. “Meu pai me fez crescer assistindo todos os filmes originais de John Carpenter: dia das Bruxas, A coisa. eu estava olhando Psicopata, O brilho.”
Em outras palavras, o papel permitiu que Sweeney atuasse em um gênero que lhe era caro e, por meio de sua educação em clássicos do terror, Sweeney foi capaz de trazer para Imaculado o que Covil do Geek o editor de filmes David Crow chamou de “níveis de fúria gonzo de Nic Cage”. Apenas nos trailers do filme, temos dicas de até onde a personagem de Sweeney precisa ir para escapar de sua situação cada vez mais terrível. A certa altura, vemos seu rosto completamente coberto de sangue, e a própria Sweeney descreve sua opinião sobre uma pretensa freira em um momento de crise espiritual e física como “bastante gutural”. À medida que as cenas ficavam muito cruas, ela “permitiu que a personagem sentisse cada profundidade de sua alma”.
Parte da resposta extrema de Sweeney no filme pode, na verdade, vir da inclusão de agulhas na história, o que despertou nela um medo na vida real.
“Tenho fobia de agulhas”, revela Sweeney. Mas, em vez de deixar seus medos congelá-la, Sweeney mergulhou direto neles para a atuação, sugerindo que a fobia pode até ter melhorado algumas cenas do filme. “Normalmente começo a chorar, a gritar e a me debater.”
Você pode suspeitar que quando um personagem o desafia não apenas criativamente, mas também em nível pessoal e físico, o papel afeta o ator, mas Sweeney diz que não teve problemas em lidar até mesmo com os momentos mais extremos do filme. Quando perguntamos a ela se foi fácil para ela descobrir dentro de si a capacidade de se tornar “Nic Cage completo” para o filme, ela ri e diz: “Sim, o que provavelmente é uma loucura!”
“Não sei como descrever. Desde que eu era jovem, pude entrar e sair dos meus personagens”, acrescenta Sweeney. “Tive alguém que me disse que era muito importante me separar o máximo possível dos meus personagens, e isso me permitiu entrar no momento em que chamamos a ação e saltar no momento em que chamamos de corte.”
E ainda assim, ela gosta de interpretar papéis que reflitam a vida cotidiana. Outra razão pela qual ela queria fazer Imaculado foi sua base em ansiedades reais e verossímeis: “Uma coisa que mais adorei nisso foi que a maioria dos medos e do horror derivam da realidade, e sempre gosto quando as coisas são psicológicas assim”.
Melhor ainda, a conexão do filme com a realidade permite que Sweeney o torne mais do que uma história espiritual para quem tem formação no catolicismo. Quando questionada se o filme refletia alguma coisa em sua própria história religiosa, Sweeney responde: “Nunca considerei isso apenas um filme religioso puro. Eu realmente olhei para isso como a jornada de uma personagem através de sua jornada pessoal através de Deus, e o aspecto religioso apenas adicionou um belo cenário à história que estávamos criando.”
Na verdade, Imaculado originalmente não era sobre uma freira em um convento. O cenário religioso veio depois.
“Originalmente, o roteiro não se passava em um convento, ela não era freira. Era um internato”, revela Sweeney, ao explicar como o roteiro evoluiu para o que está na tela. “Queríamos elevar o filme de uma maneira diferente e adicionar vários conceitos diferentes à história, dos quais as pessoas desenham temas diferentes enquanto assistem. Então eu vejo isso como se fosse apenas a jornada de sua própria personagem. E acontece que ela tem sua jornada com Deus.”
Além de estrelar o filme, Sweeney desempenhou um papel importante no desenvolvimento de Imaculado como produtor, trabalhando com o diretor Michael Mohan e Andrew Lobel durante todo o processo de roteiro. E isso é algo que ela planeja continuar daqui para frente. Então, que tipo de projeto Sweeney gostaria de fazer a seguir?
“Estou abordando isso da mesma forma que tenho abordado minhas escolhas como ator, onde quero experimentar todos os gêneros e mídias diferentes e ver o que mais mexe comigo. Tenho adorado sair das comédias românticas com Ninguém além de você e agora (Imaculado). Estou mergulhando o máximo que posso”, diz ela, provocando que está sempre discutindo novos projetos com Mohan, com quem ela trabalhou anteriormente em Os Voyeurs.
Uma coisa que está clara é que Sweeney se orgulha de ter defendido Imaculado e a jornada na “montanha-russa maluca” de Cecília. Ela resume melhor o sentimento quando diz: “Sempre acho que os melhores papéis são aqueles pelos quais você tem que lutar”.
Imaculada estreou no SXSW 2024 em 12 de março. O filme será lançado nos cinemas em 22 de março.