Sim, O arquivo x tornou-se uma sensação da cultura pop na década de 1990, em parte graças a alguns dos melhores monstros da história da televisão – o assombrador de esgotos Flukeman e o mutante Tooms, apenas para citar dois clássicos. Mas ainda mais do que isso, o show funcionou por causa da réplica entre seus protagonistas, o firme crente Fox Mulder e sua parceira cética, Dra. Dana Scully.

Toda semana, ficávamos sintonizados para assistir a dupla trocando farpas e ideias filosóficas, além de flertar. Adoramos ver o amarrotado David Duchovny murmurar observações hilárias enquanto Scully, interpretada com perfeição por Gillian Anderson, levantava questões importantes e céticas. Parte da diversão do show veio da tensão romântica entre os dois, antes mesmo de 1996 Pedra rolando a capa surpreendeu a todos.

Mas se a Fox Network tivesse conseguido, a composição da dupla icônica teria sido muito diferente. Em uma entrevista recente com Inverso, Arquivo X o criador Chris Carter relembra o processo de seleção de elenco para o show. Duchovny, que tem um papel coadjuvante memorável em O arquivo x precursor Picos Gêmeos, foi uma decisão fácil para Carter e para a rede.

Ainda hoje, a folha de elenco de Carter para a série diz “Sim” ao lado do nome de Duchovny, de acordo com Inverse. A nota ao lado do nome de Anderson é um pouco diferente.

“Para Gillian eu escrevi 'Test', o que significa que queria levá-la ao estúdio e à emissora”, explicou Carter. Uma pessoa razoável adotaria uma abordagem muito Dana Scully para essa notícia e presumiria que o estúdio queria ver mais antes de escalar uma pessoa com poucos créditos em filmes ou TV como co-protagonista de sua nova série.

Mas Carter não estava lidando com pessoas normais. Na verdade, ele estava lidando com criaturas ainda mais estranhas e perturbadoras do que aquelas que ele colocaria em seu show. Ele estava lidando com executivos de redes de televisão.

“Onde está o apelo sexual?” Carter se lembrou deles perguntando. “Mesmo que Gillian seja linda, ela não era a ideia deles de sexy. Primeiro, porque eles não entendiam o que eu estava tentando fazer com o programa. E ela era uma desconhecida, então isso nunca ajuda.”

Na verdade, os executivos tinham em mente uma pessoa muito específica, uma pessoa chamada Anderson, mas com uma carreira diferente da de Gillian. Em uma entrevista de 2007 ao The Times, Anderson lembrou: “Eles não queriam atrizes maiores, queriam mais do tipo Pamela Anderson. Você sabe, mais peito… Não eram só seios. Era mais alto, mais pernalta, mais loira e mais peituda. Tudo funciona.”

Obviamente, a escolha de Carter venceu e o resto é história. O arquivo x tornou-se um sucesso, com Mulder e Scully sempre no centro. Bem, exceto naquela época em que Doggett e Reyes assumiram um pouco o comando, com o primeiro interpretado por Robert Patrick e o último interpretado não por Pamela Anderson, mas por Annabeth Gish.

Agora, com um novo Arquivo X reiniciado nas obras de Ryan Coogler, é hora de nos perguntarmos novamente que tipo de ator deveria levantar questões lógicas sobre os casos mais ilógicos. Mas esse não é problema de Carter.

Como ele disse ao Inverse, a questão de lançar seus protagonistas é apenas “história antiga”. Ou talvez a melhor frase fosse “caso encerrado”.