“Loira. James Loira.” Há vinte anos, variações dessa piada podiam ser encontradas em toda a internet. Isso porque 14 de outubro de 2005 foi o dia em que a Eon Productions anunciou que Daniel Craig havia sido escalado como James Bond.

O anúncio foi o clássico Bond, com Craig indo em direção aos repórteres em uma lancha da Marinha Real e posando para fotos ao lado dos produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson. Ao lado dele estava o diretor Martin Campbell, que prometeu que o filme seria “definitivamente mais sombrio, com mais personalidade e menos gadgets”.

Claro, Campbell estava certo, já que aquele filme era o reboot Cassino Realconsiderado por muitos o melhor da franquia. Além disso, muitos ainda consideram Craig’s Bond a melhor interpretação do personagem criado pelo autor Ian Fleming, ainda mais do que Sean Connery, que originou o papel para Eon em 1962. Dr. Não.

Mesmo assim, na época, os fãs não tinham tanta certeza sobre colocar Craig no smoking. Sites lançados com títulos como craignotbond.com e danielcraigisnotbond.com. Nesses sites e fóruns, comentaristas lançaram tiradas sobre como a altura de 1,70m de Craig, suas orelhas e especialmente seu cabelo o tornavam inadequado para servir no serviço secreto de Sua Majestade.

Parte das reclamações certamente decorre do fato de que o elenco de Craig truncou o mandato de seu antecessor Pierce Brosnan. Mesmo que a foto final de Brosnan tenha sido ridiculamente ruim Morra outro diaseu elenco demorou muito para chegar e sua estreia GoldenEye (também dirigido por Campbell) continua sendo um dos melhores filmes da franquia. Ao contrário de seus antecessores, Brosnan queria continuar desempenhando o papel e, embora Eon tenha deixado claras suas intenções de reformulação e, de fato, tenha passado um ano e meio inteiro antes de escolher Craig, os fãs tinham esperança de que ele tivesse outra chance.

Não era para ser. Entre a luta da franquia para dar sentido ao mundo pós-11 de setembro, como evidenciado por Morra outro dia‘s Bond como abertura de reféns, A Identidade Bourne fazendo Bond parecer velho e indigesto, e Batman começa reinventando filmes anteriores, era o momento certo para começar do zero. Assim, Craig e Campbell foram contratados para adaptar o primeiro romance 007 de Fleming. Cassino Realdando à franquia uma continuidade e uma complexidade moral apenas sugeridas em lançamentos anteriores.

No momento em que seu Bond fechou os olhos diante dos foguetes que se aproximavam Não há tempo para morrerCraig se tornou o Bond definitivo para muitos. Mas não podemos simplesmente descartar as críticas desenfreadas dirigidas a Craig como um sinal do passado dos fãs, e não apenas porque danielcraigisnotbond.com continua operacional. É porque a franquia está mais uma vez em um período de mudanças, não apenas em busca de um novo Bond, mas também sob nova direção, já que Eon vendeu os direitos do personagem para a Amazon.

Sabemos que Denis Villeneuve comandará a próxima aventura de Bond, que será escrita por Steven Knight, mas não sabemos mais nada sobre o projeto. Por algum tempo, houve rumores de que Aaron Taylor-Johnson seria o próximo Bond, mas Prazo final relatou recentemente que a Amazon estava procurando um ator britânico desconhecido na casa dos 20 ou 30 anos para interpretar o papel. Muitos também presumiram que a franquia voltaria à diversão boba das eras Roger Moore e Brosnan após a seriedade da carreira de Craig algo que agora parece improvável sob Villeneuve e Peaky Blinders criador Cavaleiro.

Tudo isso cria uma receita para reclamações de fãs. Quem for escolhido como o próximo Bond deixará muita gente infeliz. E qualquer que seja a direção que Villenueve e Knight planejem seguir, também deixará muita gente infeliz. Olhar para trás, para a trajetória de Craig, certamente não prova que os fãs estão sempre errados e que os criativos estão sempre certos – basta olhar para Quantum de Consolo ou Morra outro dia.

Mas prova que as reações instintivas da Internet ao próximo anúncio de Bond provavelmente parecerão bobas, assim como os comentários de James Blond parecem ridículos duas décadas depois.